sexta-feira, 15 de julho de 2011

Buracos negros não “acordam” com fusões de galáxias

Uma equipa de cientistas descobriu que a maioria dos buracos negros que estão no centro das galáxias desde os últimos 11 mil milhões de anos “não se tornaram activos devido a fusões de galáxias, como se pensava até agora.
Esta é a conclusão de um estudo publicado hoje no «Astrophysical Journal» e que tinha por objectivo descobrir a origem “do material que activa o buraco negro adormecido, originando violentas explosões no centro da galáxia e tornando-se num núcleo activo”.
Os astrónomos acreditavam que a maioria destes núcleos activos se “acendiam” quando se dava uma fusão de duas galáxias ou quando duas galáxias passavam muito perto uma da outra e o material ‘perturbado’ se tornava o combustível do buraco negro central”.
O novo estudo, que combina dados do Very Large Telescope do ESO (Observatório Europeu do Sul) e do observatório espacial de raios X XMM-Newton da ESA (Agência Espacial Europeia), indica que a “ideia pode estar errada no caso de muitas galáxias activas”.
A equipa de cientistas descobriu que “os núcleos activos são encontrados maioritariamente em galáxias com massa muito elevada, que contém muita matéria escura”. É referido também que a “maior parte dos núcleos activos se encontra em galáxias com massas cerca de 20 vezes maiores do que o valor previsto pela teoria da fusão”.
“Estes resultados abrem-nos uma nova janela sobre como é que os buracos negros de massa extremamente elevada iniciam as suas refeições”, adiantou Viola Allevato, autora principal do artigo. A cientista referiu ainda que “os resultados indicam que os buracos negros são normalmente alimentados por processos gerados no interior da própria galáxia, tais como instabilidades do disco e formação estelar violenta, em oposição a colisões de galáxias”.
Outra das autoras do estudo, Marcella Brusa, disse que o estudo “demorou cinco anos, mas conseguiu-se obter “um dos maiores e mais completos catálogos das galáxias activas no céu de raios X”.
O estudo foi baseado na observação detalhada de mais de 600 galáxias activas numa região do céu extensivamente estudada, o chamado campo COSMOS.
Para chegar a estas conclusões, a equipa observou detalhadamente mais “de 600 galáxias activas numa região do céu extensivamente estudada, o chamado campo COSMOS (uma área com cerca de dez vezes o tamanho da Lua Cheia, na constelação do Sextante)”.
O campo COSMOS já foi mapeado por uma série de telescópios a diferentes comprimentos de onda.
(in CiênciaHoje)

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